segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ruídos estranhos

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Salmo 91:1, RC


Passava da meia-noite quando acordei, e meu esposo me disse que ouvira um ruído estranho numa das portas do nosso quarto. Ele disse que era como se alguém tentasse abrir a porta. Não levei a questão muito a sério, já que nossa casa é grande e é comum ouvir sons diferentes à noite. Assim, apagamos a luz e nos acomodamos para voltar a dormir. Então, após alguns minutos, quando tudo estava em silêncio, ouvi claramente o som de alguém tocando a fechadura da porta. Com um salto, fiquei em pé, acendi a luz e olhei na direção da porta. Embora tivéssemos a impressão de que havia alguém do outro lado, tudo ficou muito quieto. Esperamos um longo tempo e apagamos a luz de novo, mas desta vez ficamos sentados para esperar. Após alguns segundos, o ruído começou de novo. Parecia que alguém estava usando uma chave de fenda para afrouxar os parafusos da porta. Acendemos a luz outra vez.

Eu estava arrepiada de medo e tremendo muito. Nem meu marido nem eu nos lembramos de que os parafusos da porta estavam do lado de dentro, de modo que ninguém poderia soltá-los do lado de fora. Também era estranho que nosso cachorro estivesse dormindo tranquilamente lá fora, sob a janela. Quisemos ligar para a recepção do condomínio onde moramos, porém estávamos um pouco apreensivos. Talvez não houvesse ninguém por trás da porta e, no dia seguinte, toda a vizinhança riria de nós.

Enquanto aguardávamos, olhei de repente para o chão e vi um camundongo correndo para se esconder embaixo da nossa cama. Não sei de onde ele surgiu, mas, ao ver-se sem saída, fizera sons de arranhar na porta, como alguém que tentava abri-la. Aquilo foi demais para mim. Dei um pulo e corri para o closet, fechando a porta atrás de mim. Meu gentil esposo ficou sozinho para pegar o camundongo.

Essa experiência me ensinou uma lição. Embora oremos e peçamos a proteção de Deus, na realidade não confiamos nEle como deveríamos. Quando deixamos que Ele nos guie, não nos sentimos tão assustados. Às vezes, acabamos por achar graça e rir dos problemas posteriormente, como foi nosso caso, embora tivesse sido assustador naquele momento. Todos precisamos crescer na maturidade cristã. Precisamos confiar plenamente em nosso Pai celestial, para que, em tempos amedrontadores, possamos sentir paz. (Ani Köhler Bravo in Meditação da Mulher)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O invejoso não consegue dar valor ao que possui



Tiago 3:16 - Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.

Os comentários que Tiago faz, em sua carta, constituem um quadro de alerta para os cristãos que pretendem cultivar saúde espiritual. O versículo seguinte nos obriga a meditar: “Pois onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más.” (Tiago 3:16).

A inveja é uma das mais cruéis expressões de imaturidade psicológica e espiritual. Ela desenvolve um mundo de irrealismo. O invejoso não consegue dar valor ao que possui: bom, bonito e importante é sempre aquilo que os outros possuem. É por isso que a inveja causa confusão. E é também por isso que ela desenvolve egoísmo e “todo tipo de coisas más”.

Se nós nos apropriamos da incalculável bênção que significa o novo nascimento que temos em Cristo, como que asfixiamos nossos sentimentos invejosos. O cego curado vivenciou uma experiência poderosa: “eu era cego e, agora, vejo”. E porque agora vemos, nossos olhos se enchem da visão do Cristo. Aí, fazemos como o colecionador de pérolas: deixamos de lado todas as pequenas joias, por amor à pérola de grande preço. O exercício anti-inveja não é muito complicado. Primeiro: nunca se esquecer da condição miserável do nosso passado. Segundo: teimar em ficar olhando para Jesus, “autor e consumador de nossa fé” e das nossas bênçãos.
Por Pr. Olavo Feijó

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Vencendo o medo



O casal se preparou para ter aquele filho durante os longos meses da gestação. Era o primeiro filho e os jovens desejavam que tudo desse certo.
Juntos participaram de todas as aulas de treinamento para o parto e de cuidados com o bebê. Prepararam o enxoval e esperaram.
Mas, o trabalho de parto foi difícil, e, depois de algumas horas, os obstetras ofereceram a opção da cesariana. A jovem gestante, contudo, estava apavorada e não aceitou.
Algumas horas mais e outro médico foi chamado. Apesar do cansaço, da dor e dos apelos do marido, a esposa ainda não aceitou a cirurgia.
Desesperado, o rapaz telefonou para a sogra, que morava em outra cidade e pediu a ela que falasse com a filha. Enquanto o telefonema se desenrolava, ele foi até a sala de espera para falar com seu pai.
O pai de Michael era um homem da terra, habituado à lavoura. Estava ali sentado, aguardando a chegada do filho do seu filho.
Pensativo, ouviu o que o filho lhe explicava. Por fim, disse algumas palavras e abraçou o rapaz, que relaxou um pouco.
Retornando para a sala de parto, Michael soube que a esposa concordara com a cirurgia.
Enquanto a sala de cirurgia foi sendo preparada, a futura mãezinha ficou deitada, exausta, os olhos cheios de lágrimas, aguardando.
Então, antes de ser levada à sala cirúrgica, recobrou o ânimo e fez um vigoroso esforço. A criança nasceu. Era um menino.
O fato surpreendeu aos médicos que estavam assistindo a parturiente, que passaram a declinar várias hipóteses para o fato. Mas o esposo disse que aquilo tudo tinha a ver com seu pai.
E explicou. Quando contou ao velho pai o que estava acontecendo, na sala de parto, ele comentou que o medo dos pais estava perturbando o pequenino ser. Ele também ficou com medo.
Assim, o avô, ali mesmo na sala de espera, começou a falar mentalmente com o netinho.
Falou das suas lembranças. Falou da beleza da terra, do nascer do sol, do entardecer, da nova colheita e da riqueza das safras.
Disse ao neto que aguardava ansioso pelo momento em que eles pudessem caminhar juntos sobre a terra.
Falou da bondade da vida, da amizade, do riso e do trabalho bem feito.
Finalmente, falou do seu amor pela família. Lembrou-se do seu próprio pai, no México, da esposa, ambos já no mundo espiritual.
Falou com o bebê sobre cada um dos irmãos de Michael, os seus tios, do orgulho que deles sentia, das mulheres com que eles se casaram.
Lembrou Natais de felicidade, aniversários em família, casamentos. Contou da alegria que sentiam pela felicidade uns dos outros.
Falou e falou.
Ofereceu ao bebê o seu coração. E o bebê nasceu.
***
Nascer é tão delicado quanto morrer. Quem chega, precisa de carinho, atenção, a fim de se sentir protegido.
Se você vive o momento da gestação, pai ou mãe, converse com o filho por nascer.
Mostre-lhe imagens mentais da bondade do mundo. Compartilhe com ele seu amor pela vida.
Diga o quanto o ama e espera. Fale da beleza das flores, dos sons musicais que enchem os ouvidos e sensibilizam a alma.
Descreva a poesia das noites estreladas e da lua, de cara redonda e prateada.
Acene com os dias futuros em que o levará a passear nas águas cantantes do riacho, onde poderá mergulhar os pés miúdos.
Conte-lhe sobre o valor da vida. Afirme, por fim, que o ama de forma incondicional.

Fonte: Momentos de Reflexão